ATEU

Orar deuses enlapidados?
Fumar sentimentos impressos?
Ó Poesia!
Não lhe cai bem o altar, 
o sussurro débil, 
o respeito enfermo. 
O grito, nunca virá?
Hosana nas alturas?
Calado acalento, 
Da nobreza culta.
Ó Poesia!
Não lhe cai bem os láureos,
o cuspido pedigree,
a evolução teleológica. 
A ânsia, agora veio?
Tola idiossincrasia?
Chega!
O amanhã vem longe
Hoje?
Cedo demais para morrer.
Poluído panteão,
aguarde!
Há nos bolsos sementes,
da adoração.


Autor Convidado: Rafael Martins
www.estantevelha.blogspot.com

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